Andar pelas ruas e bairros de Salvador e se deparar com uma roda de capoeira é tão comum que passa despercebido para quem já convive com o dia a dia da cidade.
O som melodioso e ritmado do berimbau, acompanhado pelas vozes e bater de palmas dos capoeiristas, contudo, se faz mais presente nas ruas do Centro Histórico e nas principais festas de largo durante o verão.
Com o ritmo de Angola, a mais tradicional e ritmada, aprendida ainda pelos escravos no Pelourinho, ou com o ritmo mais adaptado ao jeito baiano, que é conhecida como Capoeira Regional, pode ser apreciada nas rodas do Mercado Modelo, na Praça Cayru, Terreiro de Jesus e em apresentações mais especiais no Farol da Barra.
A Capoeira Regional se desenvolveu através do seu criador, Manoel dos Reis Machado, Mestre Bimba (1900-1974, que aproveitou o batuque (uma luta braba, violenta, onde o objetivo era jogar o adversário no chão usando apenas as pernas) da capoeira tradicional, a de Angola, e acrescentou mais golpes, transformando-a em mais uma forma de luta e não puramente uma arte.
Tem regras. A capoeira tem jogo específico para os toques específicos, tem fundamentos próprios. Jogo Regional pode ser de fora, como também pode ser de dentro. Pode ser alto ou baixo. É marcada, sincronizada no toque do berimbau único que segura a roda e dá o ritmo do jogo.
Se você não conhece, a roda de capoeira é complementada por uma bateria musical em que a capoeira é jogada, tocada e cantada. A roda serve tanto para o jogo, divertimento e espetáculo, quanto para que capoeiristas possam aplicar o que aprenderam durante o treinamento.
Os capoeiristas se perfilam na roda de capoeira cantando e batendo palmas no ritmo do berimbau, enquanto dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar ao comando do tocador de berimbau ou quando algum outro capoeirista da roda “compra o jogo”, ou seja, entra entre os dois e inicia um novo jogo com um deles.
Um espetáculo para se ver e entender um pouco mais da cultura e ancestralidade do baiano.